domingo, 19 de junho de 2011

Indicações e Prognósticos


No texto Arquitetura e Limites II, Bernard Tschumi procura dissertar sobre os limites da arquitetura e como estes limites devem ser ultrapassados.

Bernard inicia seu discurso falando sobre um dos limites mais persistentes na arquitetura, a tríade vitruviana (venustas, firmitas, utilitas) e através do seu texto discorre uma releitura sobre estas orientações projetuais.

No primeiro limite, sobre “Aparência atraente (beleza)”, Tschumi afirma que esta beleza desapareceu, sobrepondo a ideia de que os edifícios devem trabalhar sobre uma linguagem conceitual onde “mensagens” devem ser interpretadas através de uma “leitura” da forma.

O segundo limite faz alusão ao conceito de “estabilidade estrutural”, atualmente as obras arquitetônicas passam a se desenvolver de uma forma mais fluida, onde o arquiteto pode manipular a matéria, decompondo-a e recompondo-a, de acordo com seu conceito. Agora muito mais preocupado com a forma do que com as suas leis estruturais. Atualmente a matéria não distingue mais os espaços, procuram agora integra-los, através de painéis de vidro, por exemplo, o arquiteto procura trazer o exterior para o interior.

E por fim o terceiro limite que trata da “acomodação espacial adequada”, este sobre a lógica do corpo na edificação, em como este corpo atua sobre o ambiente tridimensional, não apenas movendo-se no interior do edifício, mais produzindo espaços através de seus movimentos.


Ficha Técnica

Obra selecionada: Mansão Citrohan
Função da edificação: Edificação unifamiliar
Localização: Paris-França
Autoria: Le Corbusier
Área Construída: 250 m²
Ano do Projeto: 1920
Programa: Espaço para Hóspedes, dormir, comer, estar, cozinhar e uma cobertura-jardim.

Apresentação da obra


Figura 01: Planta Baixa - Térreo


Figura 02: Planta Baixa- Primeiro Pavimento


Figura 03: Planta Baixa – Segundo Pavimento


Figura 04: Planta Baixa – Terceiro Pavimento


Figura 05: Planta de cobertura


Figura 06: Fachada


Figura 07: Corte


Análise comparativa


Figura 08: Maquete Mansão Citrohan

A casa trabalha sobre o conceito do molde de um carro, podendo ser montada de várias maneiras, aqui a obra segue um dos preceitos citados no texto de Tschumi onde a forma trabalha para transmitir o conceito do arquiteto.

A mensagem que Le Corbusier queria transmitir seria de que a casa funcionaria como um carro: as atividades de cozinhar, comer e dormir foram consideradas como o motor; enquanto a sala seria a cabine. Dividindo com essa lógica mecânica (moto/cabine), foi possível criar projetos com o mesmo programa funcional, mas diferentes entre si.


Figura 09: Croqui das funções e suas distribuições.


Analisando a forma projetual de Le Corbusier nesta residência, percebe-se que partindo de um retângulo maciço ele molda seu projeto, retirando e recompondo essa massa, de acordo com o conceito.


Figura 10: Processo projetual.


Planos horizontais são perfurados pelos verticais (pilares). As paredes direcionam as pessoas dentro da casa. No primeiro andar um painel curvo direciona o percurso da escada para a área de estar.

Corbusier assim como no texto de Tschumi, usa a arquitetura como condutora do movimento feito dentro da casa, construindo o espaço através do movimento.


Figura 11: Perspectivas e Planta dos planos condutores.


Falando um pouco agora sobre as fachadas da casa, através das janelas em vidro, Le Corbusier quebra com os preceitos de que os materiais devem dividir os espaços, procurando integrar os ambientes externos com os internos.


Figura 12: Foto dos painéis de vidro


Vídeo Animação da Casa Citroen - Lecorbusier:

http://www.youtube.com/watch?v=m4QwVi5U5is&feature=related